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sábado, 2 de fevereiro de 2013

dois do dois

Todo dia dois do dois cumpria o mesmo ritual: levantava mais cedo para arrumar os cabelos,  perfumava-se de rosas e vestia a longa saia rodada.
Apreciava luxos com moderação, mas para essa data um pouco mais era permitido.
E saía. Destino:  uma beira de praia qualquer, onde classicamente a água tem encontro marcado com a areia e extraordinariamente com sereias.
Como rezam lendas, costumes e cerimoniais, sempre encontrava muitas flores por ali.
Graciosamente, reunia os presentes recheados de desejos, vontades e intenções. E generosamente retribuía um por um.
Sempre deu créditos à gratidão pela construção do melhor do mundo e à gentileza, praticada com ênfase nesse dia, a manutenção dessas benfeitorias.
Sentia-se grata pelas gentilezas e sorria.
Um sorriso largo e abrangente, marca de mulheres assim.
Só por sorrir, sabia que tudo, tudo mesmo, já estava melhor : um riso sincero é divino. E não há nesse mundo ou mesmo em outros melhores, gentileza maior que sorrir.
Pedidos atendidos, carinhos e presentes reunidos, disse adeus, novamente sorriu e enfim partiu.
O céu já tinha lua e era hora de voltar.
A noite era de festa, daquelas bem grandes, cheias e sem previsão para terminar.

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